sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A obediência a Deus

J.M. + J.T.

A Regra do Carmelo estabelece, no parágrafo 3, que os monges devem escolher um dentre eles para ser o Prior, e que todos devem prometer obediência a ele. Com o passar dos anos, essa virtude foi integrada mais profundamente na vida religiosa, sendo que até os dias atuais os religiosos professam esse voto. Para nós, leigos, a obediência não é tão evidente, uma vez que não temos prior entre nós. Por isso, para entender essa virtude, precisamos entender o sentido, o porquê de a obediência ser tão importante.

A obediência tem sua raiz na compreensão mística de que é Deus quem nos guia através dos nossos superiores. O próprio Jesus instituiu os Apóstolos para serem seus representantes, ou seja, no lugar dos Apóstolos é Cristo quem está representado. Quem recebe a um deles, é a Cristo que o faz. Essa é a compreensão da função dos priores na vida religiosa: eles são representantes de Cristo que prestam um serviço à comunidade.

Assim, para os leigos, quem são esses representantes? Mais próximos a nós, temos nossos padres, confessores, diretores espirituais, que através de homilias e outras atividades nos ajudam a compreender a Palavra de Deus. Mas também os Bispos, o Papa, o Magistério da Igreja como um todo. Ser obedientes a Deus significa que nos submetemos à sua vontade, expressa até nós através da Igreja. "Creio na Santa Igreja Católica", rezamos aos domingos, e se levarmos isso ao pé da letra estaremos sendo obedientes.

Atualmente, a compreensão que se tem da obediência não é mais aquela submissão total, quase cega, medieval. Fala-se em obediência dialogada, o que significa que podemos questionar. A Igreja nunca toma uma posição em qualquer assunto sem ter feito uma longa reflexão. Ser obedientes significa não apenas seguir o que a Igreja diz, mas ouvir suas razões.

Por exemplo, ontem o Guilherminho falou sobre a Semana Nacional da Vida. Todos devem perceber que nos assuntos referentes a Bioética a Igreja tem sido muito criticada atualmente. Estaremos sendo obedientes nesse assunto quando estudarmos, lermos os subsídios da Igreja, irmos atrás de esclarecimentos e no caso de dúvidas. Desobediência é simplesmente criticar a Igreja, como inclusive muitos católicos fazem.

Ser obedientes também é perguntar a Deus o que Ele quer de nós. Para isso, temos várias formas: a oração, direção espiritual, confissão, etc. Não podemos nos acomodar com nossa vida, precisamos crescer nas virtudes. Em última análise, a vontade de Deus é que busquemos a santidade com todas as nossas forças: "Sede santos, porque Eu sou Santo." (Lv 11,44).

Gostaria de encerrar lembrando as últimas palavras de nossa Santa Madre Teresa de Jesus, no leito de morte: "Enfim, morro filha da Igreja". Que o exemplo dela e de tantos outros santos nos ajude a sermos obedientes a Deus e também filhos da Igreja.

Um grande abraço a todos!

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