sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O Silêncio na Regra do Carmelo

J.M. + J.T.

Olá, pessoal!

Quando fizemos o Castillo, aprendemos (e muitos esquecemos!) que os primeiros monges do Monte Carmelo pediram a Santo Alberto para escrever uma regra de vida para eles. Essa regra sofreu algumas alterações (mitigações) ao longo dos séculos, mas manteve seu espírito até os dias de hoje. Um dos motivos da reforma de Santa Teresa foi fazer com que as irmãs, e mais tarde os frades, vivessem novamente como os primeiros monges. Então, conhecer e meditar sobre o texto da Regra do Carmelo é importante para conhecermos os pontos principais de nosso carisma. Claro que hoje não vamos falar sobre toda a regra, mas queria tocar num de seus pontos principais: o silêncio.

Hoje em dia, fazer silêncio é uma coisa rara, e às vezes até difícil. Estamos tão acostumados com o barulho que quando ficamos sem fazer nada, naturalmente sentimos vontade de batucar em alguma coisa, ou de falar com alguém, apenas por que não agüentamos o silêncio.

A Regra do Carmelo fala várias vezes do silêncio, direta ou indiretamente. Ela diz, por exemplo, que os monges (que nessa época eram eremitas) devem viver em celas separadas, e que só devem se encontrar para as orações litúrgicas, para a Missa e para as refeições em comum. Mais especificamente, ela diz, citando São Paulo, que todos devem trabalhar em silêncio para ganhar o seu pão. Mais tarde, Santa Teresa diz que a oração é um trato de amizade, estando muitas vezes tratando a sós com aquele que nos ama. Esse é o sentido do silêncio: evitar as distrações que podem nos atrapalhar na oração e na prática espiritual.

E nós, como podemos cultivar essa virtude em nossas vidas? Pra começar, podemos aproveitar momentos de oração, como a Missa, chegar alguns minutos antes e rezar em silêncio. A Missa não pode começar apenas quando entra o padre, mas deve ter esse tempo de preparação silenciosa. Além disso, precisamos encontrar alguns minutos durante o dia para fazer nossas orações em silêncio, no nosso quarto. Certamente todos temos nossas tarefas diárias, mas todos temos condições de encontrar esses momentos, por menores que sejam. Certamente, o cultivo de nossa vida espiritual passa por isso.

Vou encerrar por aqui, deixando a todos nós esse convite. Que possamos cultivar o silêncio em nossas vidas, e saibamos encontrar a Deus nesses momentos.

Um grande abraço a todos!

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