segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Senequita!!!


J.M + J.T.


Mais um Senequita chega ao fim!! Ficam as lembranças dos bons momentos, a saudade de cada um, os novos ensinamentos adquiridos...




Em breve postaremos fotos e parte do material das palestras!!

Um abraço a Todos!!!

sábado, 25 de outubro de 2008

Senequita!!

J.M. + J.T.

Olá Pessoal,

Nesta sexta-feira teve início do 13º Senequita em Florianópolis!!
Damos as boas vindas a todos retirante e Freis vindos de Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Passo Fundo e Rio Grande...

Postarei depois comentarios e o material deste encontro que este ano é dedicado a Santa Teresinha....

Que tenhamos um abençoado retiro...

Um abraço!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

J.M.+J.T.
Olá a todos!
Hoje convido a todos a refletirmos sobre o seguinte ponto da Regra Carmelita:

"Muitas vezes e de muitos modos os Santos Padres estabeleceram como cada um - qualquer que seja o estado de vida a que pertença ou a forma de vida religiosa que tiver escolhido - deve viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-Lo fielmente com coração puro e reta consciência."

Muitas vezes se pensa que a vida carmelitana é feita exclusivamente para os religiosos. Para quem lê a Regra e as Constituições Carmelitas pela primeira vez, de modo pouco atento, pode certamente pensar nisso. De fato, a própria Madre Fundadora, Santa Teresa, quando escreveu o Caminho de Perfeição, o redigiu para as monjas, e muitas das orientações que vemos ali temos que adaptá-las ao nosso modo de vida leigo. Mas no que consiste esse modo de vida?

Ser um cristão leigo é levar a Palavra de Deus onde os nossos irmãos religiosos não estão: nas escolas, nas universidades, nas famílias, na política... É estar no mundo, sem ser dele. A Igreja, principalmente depois do Concílio Vaticano II, pede um protagonismo cada vez maior dos leigos. Nós, como carmelitas - jovens, religiosos, membros da Ordem do Carmelo Descalço Secular... - , devemos buscar essa maior participação, com humildade e coragem para enfrentarmos os riscos de viver em um mundo tão avesso às coisas de Deus.

Nesse mesmo ponto da regra estão juntos os religiosos e os não religiosos: sim, partilhamos do mesmo carisma carmelita! Viver nesse carisma, portanto, para um jovem carmelita também deve ser viver, do mesmo modo que para os religiosos "em obséquio de Jesus Cristo" e
"servindo-o fielmente com coração puro e reta consciência"!

O documento Christifidelis Laici,
escrito pelo Papa João Paulo II, é um dos mais importantes da Igreja Católica sobre os leigos e deveria ser conhecido por todos nós que trabalhamos nas pastorais leigas de nossas comunidades paroquiais. Nele, o Papa apresenta alguns problemas ainda muito atuais, como o secularismo e a necessidade religiosa. Em um mundo tão sedento de Deus, onde nós, leigos, estamos inseridos? É uma ótima sugestão de estudo para ser trabalhada em sua comunidade, já pensou nisso?

Beijos, fiquem com Deus e até mais!

sábado, 18 de outubro de 2008

Luis e Zélia Martin

J.M+J.T


Queridos amigos!

O Carmelo está em festa!
Já no primeiro dia do mês missionário celebramos com alegria de Santa Teresinha. Passando duas semanas, recordamos a festa de Santa Teresa de Jesus, nossa mestra. E nesse final de semana, de modo especial, temos mais um motivo para celebrar: a beatificação dos pais de Santa Teresinha: Luis e Zélia Martin.

Antes de se conhecerem, Luis e Zélia aspiravam à vida religiosa. Luis quis entrar na cartuxa, mas o fato de não saber latim o impediu de seguir como monge. Já Zélia foi impedida de ser religiosa pela superiora de um convento que concluiu que a jovem não era chamada a essa vocação.

Ele, buscando ainda entrar na vida religiosa, tentou aprender latim, mas encontrou muitas dificuldades, trocando as aulas de língua pelo ofício de relojoeiro, assumindo mais tarde a relojoaria de seus pais. Ela, talvez um pouco mais conformada, dedicou-se a aprender a arte de fazer rendas, arriscando-se a abrir, aos 22 anos, uma loja com sua irmã. O encontro entre os dois deu-se quando atravessaram uma ponte em Alençon, sendo esse o dia em que mudou a vida do casal, que três meses depois, em 13 de Julho de 1858, se uniu pelos laços do matrimônio

“O bom Deus me deu um pai e uma mãe mais dignos do céu que da terra”. Essas palavras de Santa Teresinha mostram o reconhecimento e o carinho que tinha por seus pais, que sempre foram um exemplo a suas filhas.

Em 1944 foram reconhecidas as virtudes heróicas do casal. Já em 2003 foi assinada a ata da abertura oficial do processo de reconhecimento da cura do menino Pietro de Monza, que nasceu com problema nos pulmões, respirando apenas artificialmente. Por sugestão de um religioso carmelita, os pais da criança fizeram uma novena a Luis e Zélia Martin, alcançando a graça da cura do menino, reconhecida como humanamente inexplicável.

Hoje, 19 de Outubro, o casal será beatificado em Lisieux, na França, sendo o segundo casal a ser beatificado pela Igreja.

Que possamos confiar nossas orações a esse casal que nos mostrou com a vida que é possível buscarmos a santidade no seio de nossa família. E que sigamos esse exemplo!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Meditar dia e noite na Lei do Senhor

J.M. + J.T.

Olá!

A Regra do Carmelo, em seu parágrafo 8, tem a grande norma de vida para os carmelitas:

"Permaneça cada um em sua cela ou em sua vizinhança, meditando dia e noite na lei do Senhor, a não ser que deva ocupar-se com outros afazeres justificados".

Os primeiros eremitas, e depois os frades e monjas carmelitas e carmelitas descalços, tinham uma estrutura de vida que facilitava a esse objetivo: momentos de oração litúrgica ao longo do dia, leitura espiritual, etc. Mas Santa Teresa, ao fundar o Carmelo Descalço, percebeu que meditar dia e noite na lei do senhor não significa apenas se dedicar à oração: fazemos isso quando praticamos obras de caridade, quando exercemos a caridade fraterna com nossos irmãos, quando conseguimos conviver bem com os que estão ao nosso redor, etc.

Para nós, leigos, e geralmente muito atarefados, fica difícil nos dedicar a grandes momentos de oração, mas essas virtudes são facilmente postas em prática. Sempre há pessoas necessitadas à nossa volta a quem podemos ajudar, pessoalmente ou através de grupos e entidades assistenciais, seja espiritual ou materialmente. Também em nossos grupos de convívio podemos colocar em prática a caridade fraterna, aceitando as diferenças e perdoando as falhas dos outros (o que, em algumas circunstâncias, exige uma grande paciência). Além disso, precisamos nos lembrar da presença de Deus durante o nosso dia, mesmo que rapidamente: indo para a aula, para o trabalho, caminhando na rua, sempre podemos perceber que Deus está conosco, e isso é um ato de oração muito valioso. Lembramos aqui de Santa Teresinha, que dizia que a oração é um simples olhar voltando para o céu, cheio de amor e gratidão com o Criador.

Segundo o Pe. João Mohana, podemos exercitar a presença de Deus preparando adequadamente o nosso ambiente. Por exemplo, podemos colocar um crucifixo próximo ao nosso local de estudos. Quando vamos estudar, um simples olhar ao crucifixo nos traz a memória de Cristo, e isso é muito importante. Também existem outras práticas, como fazer uma breve oração antes e depois das refeições, ou pedir que Deus nos acompanhe em nosso trabalho ou estudo, etc.

Claro que essas dicas servem pra complementar a vida de oração, e não substituir. O mais importante de tudo é a freqüência à Santa Missa e a dedicação a momentos de oração íntima com Deus: "... estando muitas vezes a sós com aquele que sabemos que nos ama" (Santa Teresa, Livro da Vida).

Que os Santos Padres nos ajudem a assimilar em nossas vidas os valores do Carmelo, e que com eles possamos seguir firmes no caminho da santidade.


Um grande abraço!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Dia de Santa Teresa de Jesus!!!

J.M.+J.T.

Olá a todos!

Hoje é dia de nossa Santa Madre Teresa de Jesus! Transcrevo hoje um trecho de seu livro "Caminho de Perfeição". Hoje, que é também dia dos professores, lembramos essa grande mestra espiritual, que soube, através de seu testemunho e de seus escritos, educar seus filhos e filhas no Carmelo.

"Ensinai-nos, nosso bom Mestre, algum remédio para vivermos sem grande sobressalto em guerra tão perigosa. O único remédio que podemos ter foi-nos dado por Sua Majestade. É andar com amor e temor. O amor nos fará apressar o passo; o temor nos fará olhar cuidadosamente onde pomos os pés, para não cair em caminho tão cheio de tropeços como é o desta vida. Com isto certamente não seremos enganadas.

Perguntar-me-eis: como conhecer se possuímos estas duas virtudes tão imensas? E tendes razão, porque sinal absolutamente certo e positivo não há. Se tivéssemos certeza de possuir o amor de Deus, também a teríamos de estar em sua graça. Mas vede, há sinais que até os cegos enxergam. Não são enigmas. Fazem muito ruído, bradam, ouvem-se até sem querer. Destacam-se pelo fato de não serem tão numerosos os que os possuem com perfeição. Amor e temor de Deus! É dizer pouco? São dois castelos fortes de onde se faz guerra ao mundo e aos demônios.

Aqueles que deveras amam a Deus, amam tudo o que é bom, querem tudo o que é bom, favorecem tudo o que é bom, louvam tudo o que é bom. Com os bons sempre se unem, ajudando-os e defendendo-os. Não prezam senão a verdade e o que é digno de ser amado. Pensais que as almas verdadeiramente enamoradas de Deus possam amar as vaidades da terra, riquezas, deleites mundanos? Ou que tenham contendas e invejas? Não, é impossível! E o único motivo é porque não pretendem outra coisa senão contentar o Amado. Andam morrendo de desejo de que ele as ame. Vivem a buscar meios de lhe serem mais agradáveis e de mais o amarem. Poderá esse amor se esconder? Jamais! O amor de Deus, se deveras é amor, não pode ocultar-se! Se quereis a prova, olhai um São Paulo, uma Santa Madalena, desde o primeiro instante. E era evidente, manifesto o amor! O amor tem esta particularidade: admite graus, há mais e menos. Se é pouco, aparece pouco. Se é muito, muito. Mas - pouco ou muito - o amor de Deus, onde existe, sempre se revela.

Assim, tanto quanto puderdes sem ofensa de Deus, procurai ser afáveis. portai-vos de tal sorte com todas as pessoas que vos cercam, que amem vossa conversação, desejem vosso modo de viver e tratar e não se atemorizem e amedrontem de praticar a virtude."

Ó Deus, que pelo Teu Espírito
fizeste surgir Santa Teresa para recordar a Igreja o Caminho de Perfeição,
dá-nos encontrar sempre alimento em sua doutrina celeste
e sentir em nós o desejo da verdadeira santidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Teu Filho,
Na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santa Teresa de Jesus, rogai por nós!
Beijos a todos e um bom dia de Santa Teresa!

As Fundações de Santa Teresa

J.M.+J.T.

Olá a todos!

É com alegria que escrevo hoje, no terceiro dia do nosso tríduo a Santa Teresa de Jesus, sobre as suas Fundações. Foi escrito aqui anteriormente sobre sua obra escrita, mas Teresa não se resumiu a isso; você sabia que ela dirigiu a fundação de 17 mosteiros femininos entre os anos de 1562 e 1582 e ainda colaborou pelo menos em 2 fundações de mosteiros masculinos??? Imagine você, a pessoa que está lendo esse blog, se propondo a passar 20 anos de sua vida... fundando mosteiros!!! E pense em todo o trabalho que dava para cada uma dessas fundações: levantar fundos, contratar pedreiros para a reforma das casas, as viagens de uma cidade para outra feitas de carroça em estradas perigosas, conseguir bons confessores para as monjas, arrecadar boas vocações, conseguir autorizações, as perseguições, etc...

Será que ela fazia tudo isso por si mesmo, por vaidade? Claro que não! A Santa Madre sabia que, pelas graças que Deus dava a ela, ela tinha um tesouro a ser repartido. E por isso, não deveria ficar sem fazer nada, ainda mais uma alma "inquieta e andarilha" como a de Teresa: "O tempo fazia crescer em mim o desejo de contribuir para o bem de alguma alma; eu muitas vezes sentia-me como quem tem um grande tesouro guardado e deseja dá-lo para que todos gozem, mas tem as mãos atadas para não poder distribuí-lo. Eu tinha a impressão de estar com as mãos atadas dessa maneira, porque eram tantas as graças recebidas naqueles anos que me pareciam mal empregadas apenas em mim. Eu servia ao Senhor com minhas pobres orações e procurava que as irmãs fizessem o mesmo e valorizassem muito o bem das almas e o progresso de Sua Igreja. Quem com elas se relacionava saía edificado. E nisso se embebiam os meus grandes desejos." [Livro das Fundações. 1, 6]


É impossível narrar aqui em um espaço tão pequeno todas as fundações teresianas. Somente podemos falar que elas foram feitas com muitas dificuldades, mas com muita oração e determinação não somente por parte da Madre Fundadora, mas por todas aquelas monjas que participaram daqueles feitos. Santa Teresa fundou mosteiros por toda a Espanha: em Ávila (1562), Medina del Campo (1567), Malagón, Valladolid (1568), Toledo, Pastrana (1569), Salamanca (1570), Alba de Tormes (1571), Segóvia (1574), Beas, Sevilla (1575), Caravaca (1576), Villanueva de la Jara, Palencia (1580), Soria (1581), Granada e Burgos (1582). Algo que sempre marcava as fundações de Santa Teresa de Jesus: a presença do Santíssimo Sacramento em primeiro lugar. A casa só estaria realmente edificada quando o Santíssimo estivesse no altar.

Dos 4 grandes livros que essa Santa escreveu, o "Livro das Fundações" é o que talvez menos conheçamos. É um livro onde a Santa Madre escolheu tratar do que acontecia com ela e com suas irmãs em suas fundações em tom de aventura e de narrativa bem contada. Nesse caso, o mais legal é descobrir no livro as peripécias pelas quais passou, as dificuldades e até as anedotas, sempre recheadas do humor teresiano. É uma boa dica de leitura para quem quer conhecer mais dessa grande personagem que foi Santa Teresa e o quanto ela deixou de herança para o Carmelo e para a Igreja.


Santa Teresa de Jesus,
nossa Madre Fundadora!
Que caminhemos sempre nas estradas reais
rumo ao Pai e que construamos sempre nossas casas sobre a rocha,
segundo o conselho de Jesus Cristo,
guiados pelo Espírito Santo, Amém.


Abraços a todos! :D

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

As Obras de Santa Teresa

J.M. + J.T.

Olá, pessoal!

Santa Teresa nos deixou um grande tesouro espiritual nos seus livros e cartas, conforme comentamos brevemente ontem. Hoje vamos analisar um pouco desses escritos, mas sem a pretensão de resumir a espiritualidade dessa grande santa a algumas linhas. Apenas vamos tentar destacar alguns pontos importantes.

O primeiro livro escrito por ela se chama Livro da Vida. Como o título sugere, é a sua autobiografia, escrita ao longo de alguns anos, e encerrada após a fundação do primeiro mosteiro Descalço. Teresa fala sobre sua infância e relacionamento com os irmãos, sua entrada no Carmelo, sua luta pela conversão, e vai até a fundação do Convento São José, em Ávila. Mas Teresa não se resume a contar sua vida. Em determinado momento ela abre um parênteses para falar "algumas coisas de oração", e lá se vai metade do livro! Ela faz uma bela analogia da alma com um jardim, que devemos enfeitar com as flores das virtudes, onde o Senhor vem passear. A mensagem é que no início a vida de oração é dura, cheia de dificuldades, mas precisamos enfrentá-las se quisermos ir adiante.

Outro livro importante é o Caminho de Perfeição, escrito na forma de conselhos às irmãs que ingressassem nos mosteiros fundados por ela, a pedido das próprias irmãs. Ela fala sobre três virtudes essenciais para quem deseja seguir a Cristo: a humildade, o desapego e a caridade fraterna. Alem disso, ela mostra um amadurecimento espiritual muito grande em relação ao Livro da Vida. Nesse livro, a Santa Madre também comenta mais profundamente sobre os graus mais elevados de oração: oração de recolhimento, oração de quietude, etc. Em outra oportunidade vamos comentar mais sobre esses graus de oração. Sabendo que não seria bem aceito o fato de uma mulher escrever sobre temas espirituais, Santa Teresa disfarça esses graus de oração em um comentário sobre o Pai Nosso, o que toma toda a segunda metade do Caminho de Perfeição.

Mas certamente o livro mais importante de Santa Teresa é o Castelo Interior. Nele, Teresa compara a alma a um castelo, que possui um grande tesouro em seu interior. Para chegar à sala onde o tesouro se encontra, é necessário atravessar sete moradas, ou aposentos. Cada uma dessas moradas corresponde a um estágio na vida espiritual. O tesouro é a presença de Deus em cada um de nós. À medida que avançamos, são encontrados novos desafios, novas dificuldades, e novos sinais da graça de Deus. Mas as moradas não são estágios padrão, que todos passamos da mesma forma: cada um de nós tem uma forma de seguir a Deus, e Deus se revela de formas diferentes a cada um. A grande mensagem desse livro é que a oração é um caminho pessoal, íntimo, em busca de um tesouro que todos trazemos dentro de nós desde que nascemos.

Além desses livros, existe um muito importante, o Livro das Fundações, onde ela narra em detalhes as fundações dos Mosteiros Carmelitas Descalços. Mas esse assunto fica para amanhã. Santa Teresa também escreveu outros escritos menores, algumas poesias, e muitas cartas, das quais existem até hoje cerca de 470.

Gostaria de deixar aqui um convite a todos para que leiam as obras de Santa Teresa. Nós, católicos, temos um costume ruim de aceitar as explicações que nos são dadas como se fossem verdades universais. Os livros de Santa Teresa são tão profundos, e ao mesmo tempo tão pessoais, que cada um que os lê tem uma experiência própria, como se a Santa falasse pessoalmente a cada um de nós através deles.


Santa Madre Teresa de Jesus,
que conheceste profundamente os tesouros da vida espiritual,

e guiaste a todos que te procuraram nesse caminho;
ainda hoje continuas a nos guiar através de teus livros.

Por isso te pedimos confiantes

que sejamos fiéis ao caminho da oração,
sem desanimar nas dificuldades,
e possamos encontrar o tesouro do Amor de Deus
que se encontra em cada um de nós.

Santa Teresa de Jesus, rogai por nós!



Um grande abraço a todos!

domingo, 12 de outubro de 2008

A Vida de Santa Teresa de Jesus

JM + JT

Olá, pessoal!

No próximo dia 15 celebramos uma das datas mais importantes para os Carmelitas: a Solenidade de Santa Teresa de Jesus. Tal como fizemos com Santa Teresinha, vamos fazer uma breve reflexão sobre a vida e a obra dessa grande Santa. Hoje eu vou comentar um pouco sobre a vida dela, amanhã falaremos sobre a espiritualidade, e na terça será a vez de comentarmos sobre as fundações dos Carmelos, pelas quais ela tanto batalhou.

Teresa de Cepeda e Ahumada nasceu na Espanha, na cidade de Ávila, no ano de 1515. Tinha muitos irmãos, e sua educação sempre foi muito sólida nas virtudes cristãs. Desde criança gostava de brincar de monja com seus irmãos, sendo que para isso inclusive construíam pequenos oratórios e monastérios. Certa vez ela fugiu com Rodrigo, um irmão mais velho, com o desejo de ser martizada pelos mouros, pois ouviu dizer que os mártires têm lugar garantido no céu. Graças a um tio, que os encontrou logo na saída de Ávila, esse projeto não foi levado adiante.

Aos vinte anos, Teresa ingressa para o Mosteiro Carmelita da Encarnação. Como era de costume na época, sua vida era muito apegada às criaturas, conversas sem propósito, aos amigos e à família. Percebendo que esse não era o centro da vida religiosa, Teresa se esforça para melhorar, sem nunca obter sucesso. Após cerca de vinte anos de luta contra si mesma, dois fatos levam à sua conversão: a leitura de As Confissões, de Santo Agostinho, e uma visão de uma imagem de Cristo chagado, diante da qual Teresa se ajoelha e jura que só se levantará quando estiver convertida.

Daí em diante, ela deixa de lado tudo aquilo que considera superficial, dedicando-se totalmente à oração. Percebendo que o mosteiro onde vivia era grande demais, e por isso facilitava as distrações, Teresa sente a necessidade de fundar um novo convento. Assim, em 1562, Teresa funda o Convento São José, junto com poucas irmãs que lhe acompanham, quando passa a se chamar Teresa de Jesus. Nascia assim a Ordem dos Carmelitas Descalços.

Muitas pessoas, inclusive muitos frades e monjas, não entenderam a sua obra, e por isso Teresa passou por muitas perseguições e dificuldades. Mas com o tempo as coisas se esclareceram, e ela conseguiu também a autorização para fundar um convento de frades carmelitas descalços, o que aconteceu em 1567.

Ao longo de sua vida, Teresa escreveu muitos livros, que são até hoje um grande tesouro da literatura espiritual. Além dos livros, também ficaram conservadas muitas de suas cartas, nas quais podemos aprender muito sobre a vida quotidiana dos mosteiros, e também muitos conselhos sobre dificuldades diversas encontradas pelas suas irmãs.

Teresa faleceu em 1582, em um convento fundado por ela. Ainda em vida era reconhecida como santa, e foi canonizada cerca de 40 anos após sua morte. Sua herança espiritual é tão importante para a Igreja que em 1970 o Papa Paulo VI concedeu-lhe o título de Doutora da Igreja.

Gostaria de encerrar deixando aqui uma breve oração, pedindo a Deus a graça de seguirmos fiéis o caminho traçado por Santa Teresa:

Santa Madre Teresa de Jesus,
que soubeste dar gosto a todos quando vivias no mundo,
sendo por isso muito querida de quantos te conheceram,

agora que vives no céu vais querer favorecer-nos com maior razão.
Por isso te pedimos confiantes
que saibamos aproveitar a tua doutrina,
para desejar os bens celestiais
e desprezar o que nos pode apartar do bem,
vivendo como tu viveste,
purificados pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Santa Teresa de Jesus, rogai por nós!



Um grande abraço a todos!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Um homem caiu em um buraco

J.M. + J.T.

Olá, pessoal!

Eu recebi esse vídeo do Fr. Marcos Matsubara, da Província do Sudeste, e gostaria de compartilhar com vocês.




Mais do que uma comparação entre religiões, precisamos olhar o vídeo como uma bela parábola do gesto salvador de Jesus. Além de qualquer discurso, qualquer teologia, está o gesto de amor de ir ao encontro daquele que sofre. Afinal, Jesus já havia dito que quem ama dá a vida por seus amigos.

Um grande abraço a todos!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Carmelo e a Penitência

J.M. + J.T.

Olá, pessoal!

A Ordem dos Carmelitas sempre se caracterizou pela penitência. Isso se mostra, por exemplo, na cor do hábito dos frades e monjas: marrom é a cor associada na Igreja com o sofrimento, mortificação. Na Regra do Carmelo também há alguns conselhos referentes a esse tema:

"Da festa da Exaltação da Santa Cruz até o Domingo da Ressurreição do Senhor, exceto os domingos, jejuareis todos os dias, a não ser que alguma enfermidade ou fraqueza corporal ou outro justo motivo aconselhem a dispensa do jejum, ... " (Regra, 14)

"Abstende-vos de comer carne, a não ser que se deva tomar como remédio em caso de doença ou fraqueza física ..." (Regra, 14)

No caso dos primeiros eremitas, o jejum era a forma de penitência mais comum. Com o tempo, as mortificações foram se alterando, mas sempre fizeram parte das práticas religiosas comuns. São João da Cruz e Santa Teresa, nossos pais espirituais, encontravam nela uma forma de esvaziar o coração, negando-se a si mesmos e abrindo em suas vidas o espaço que Deus necessita. Santa Teresinha, cuja festa celebramos há poucos dias, também vivia muitas práticas de mortificação. Como já comentamos, ela não era dada a grandes penitências, mas preferia as pequenas, como ela mesma deixa registrado em sua autobiografia.

Nós também podemos, e devemos, buscar formas de nos mortificar. Quem sabe um dia na semana deixar de comer alguma sobremesa que gostamos, ou outro dia levantar uns minutos mais cedo e fazer uma breve oração? Existem muitas formas de penitência que podemos fazer, precisando apenas de um pouco de esforço e boa-vontade.

A palavra mortificação vem da palavra morte, e significa exatamente isso: matar nossos desejos, nossas vontades. Parece estranho que para seguir a Jesus precisemos negar a nós mesmos. Acontece que muitas vezes pensamos que fazer o que queremos é um sinal de liberdade, mas quem faz sempre tudo o que tem vontade acaba se tornando escravo de si mesmo. O próprio Jesus já nos alertava no Evangelho que, se alguém quiser segui-lo, precisa renunciar a si mesmo e tomar sua cruz (Mt 16,24).

Que o exemplo de nossos santos carmelitas nos inspire a buscar práticas de mortificação, para que possamos abrir nossos corações a Deus.

Um grande abraço a todos!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Os carmelitas nas terras do Rio Grande de São Pedro

J.M. + J.T.

Olá a todos!

Eu gostaria de fazer um convite a todos a contar um pouco da história da suas paróquias. Eu gostaria de começar contando um pouco da chegada dos Carmelitas a Rio Grande, e um pedacinho da história da nossa paróquia.



Desde 1777, Frei Antonio das Chagas, torna oficial a presença da Ordem do Carmo em Rio Grande. A devoção se iniciou em um altar da Igreja Matriz de São Pedro no dia 15 de julho de 1780.

Em 1800 teve inicio a construção da Igreja e sua conclusão em 1809, em estilo colonial, sendo, Bispo diocesano da época D. José Caetano da Silva Coutinho que, em agosto do mesmo ano, autorizou o padre Francisco Inácio da Silveira a proceder a benção da Igreja, o que teve lugar a 6 de novembro de 1809, sob a invocação da Igreja a Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo. Sua localização ficava numa esquina na área central do perímetro urbano, o famoso Beco do Carmo, espaço de grande encontro e grande afluência de fiéis.
Dentre o patrimônio da Ordem Terceira dos Irmão do Monte do Carmo, além da Igreja , existia o cemitério privado, ao fundo que se estendia ate a esquina com rua General Bacelar e o Hospital da Ordem Terceira.

Mais de um século depois, em 1928, diante das sócio-urbanísticas, houve a necessidade da demolição do antigo templo, que em 1835, Marechal Francisco Soares de Andréa o caracterizou pejorativamente de um ¨grande armazém com alguns altares¨, para dar condições a realização do projeto municipal de abertura do transito ao centro da cidade, a atual Rua Benjamin Constante.

Frei Florentino de São José, com apoio da comunidade e lideranças locais, deu inicio ao projeto da construção do novo templo em estilo Neo-Gótico.
Em 16 de fevereiro de 1930 foi lançada a pedra fundamental do futuro e suntuoso templo da comunidade. Frei Sigismundo de São Luiz Gonzaga, era o vigário da paróquia dos carmelitas na diocese.
O projeto e supervisão ficou a cargo do hábil arquiteto o espanhol Frei Marino de São José, que se inspirou numa das Fundações da Ordem dos Carmelitas na Europa , na Alemanha, na cidade de Burgus.
Em 22 de abril de 1938, o templo foi inaugurado, com a obra ainda em conclusão, sendo terminadas em 1952. Foi dada ao neo-sacerdote, o Frei Higino de Jesus Maria, a responsabilidade de celebrar a primeira missa, sendo Frei Caio de São José o vigário paroquial.




A capacidade realizadora dos religiosos carmelitas, sempre foi uma das características marcantes nas ações empreendidas em Rio Grande. O Frei Aloysios Alfredo Hass, com apoio da comunidade, do comercio e das industrias locais, começou a elaborar um projeto de reconstrução das agulhas das torres, demolidas em 1983. A obra teve a duração de 1 ano e 9 meses (11/12/1989 a 20/09//1991).

A importância da Ordem dos Carmelitas na cidade é de enorme relevância, mas não se restringe a mera permanência de símbolos materiais ainda existentes ou que ficaram presente na memória coletiva da comunidade. Mas sim, a história de pessoas comuns e de religiosos que se dispuseram a levar valores culturais religiosos nas terras longínquas do Rio Grande de São Pedro.



* Foto 1: Fotografia da década de 1920 da antiga Igreja do Carmo tendo o Banco do Brasil à direita, acervo Fotográfico da Biblioteca Rio Grandense
* Foto 2: Fotografia da Igreja Nossa Senhora do Carmo de 1946, acervo de Ailton Ávila.
* Foto 3: Fotografia da Igreja Nossa Senhora do Carmo de 2005.
* Foto 4: Fotografia da Igreja Nossa Senhora do Carmo de 2005.


Fonte: Sérgio da Silva Pereira - Graduado em História pela FURG, Pesquisando a religiosidade no Rio Grande do Sul.

Festa de Santa Teresinha



"Ser tua esposa, oh, Jesus; ser Carmelita; ser, por minha união contigo, mãe das almas, deveria ser bastante para mim... Não é assim... Sem dúvida, estes três privilégios bem constituem minha vocação: Carmelita, esposa e mãe. Contudo, sinto em mim outras vocações. Sinto em mim a vocação de guerreiro, de Sacerdote, de Apóstolo, de Doutor, de Mártir. Enfim, sinto a necessidade, o desejo de realizar por ti, Jesus, todas as obras, as mais heróicas... Sinto em minha alma a coragem de um Cruzado, de um Zuavo pontifício. Quisera morrer num campo de batalha, pela defesa da Igreja...

Sinto em mim a vocação de Sacerdote. Com que amor, oh, Jesus, eu te traria em minhas mãos, quando, à minha voz, descesses do Céu... Com que amor te daria às almas!

Ah! Apesar de minha pequenez, quisera esclarecer as almas como os Profetas, os Doutores. Tenho vocação de ser Apóstolo... Quisera percorrer toda a terra, pregar teu nome e implantar no solo infiel tua Cruz gloriosa. Quisera anunciar, ao mesmo tempo, o evangelho nas cinco partes do mundo e até nas ilhas mais distantes... Quisera ser missionária, não somente durante alguns anos, mas gostaria de tê-lo sido desde a criação do mundo e sê-lo até a consumação dos séculos...

O martírio, eis o sonho de minha juventude. Este sonho cresceu comigo nos claustros do Carmelo... Sinto, contudo, que também nisto, meu sonho é uma loucura, pois não saberia limitar-me a desejar um gênero de martírio... Para me satisfazer, seriam necessários todos...

Oh, meu Jesus! O que vais responder a odas as minhas loucuras? Haverá uma alma mais pequenina, mais impotente do que a minha? Entretanto, por causa mesmo de minha fraqueza, aprouve-te, Senhor, cumular meus pequenos desejos infantis, e hoje, queres realizar outros desejos, maiores que o universo...

Encontrei, enfim, o repouso... Considerando o corpo místico da Igreja, não me reconheci em nenhum dos membros descritos por São Paulo, ou antes, queria reconhecer-me em todos... A Caridade deu-me a chave de minha vocação. Compreendi que se a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o mais necessário, o mais nobre de todos. Compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este Coração era ardente de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja e que se o Amor viesse a se extinguir, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires recusariam derramar seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abraça todos os tempos e todos os lugares... Numa palavra, que ele é eterno!

Então, no auge de minha alegria delirante, exclamei: Oh, Jesus, meu amor... Encontrei, enfim, minha vocação: minha vocação é o Amor!"

(Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face.
História de uma Alma, Manuscrito B)