sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Carmelo e a Penitência

J.M. + J.T.

Olá, pessoal!

A Ordem dos Carmelitas sempre se caracterizou pela penitência. Isso se mostra, por exemplo, na cor do hábito dos frades e monjas: marrom é a cor associada na Igreja com o sofrimento, mortificação. Na Regra do Carmelo também há alguns conselhos referentes a esse tema:

"Da festa da Exaltação da Santa Cruz até o Domingo da Ressurreição do Senhor, exceto os domingos, jejuareis todos os dias, a não ser que alguma enfermidade ou fraqueza corporal ou outro justo motivo aconselhem a dispensa do jejum, ... " (Regra, 14)

"Abstende-vos de comer carne, a não ser que se deva tomar como remédio em caso de doença ou fraqueza física ..." (Regra, 14)

No caso dos primeiros eremitas, o jejum era a forma de penitência mais comum. Com o tempo, as mortificações foram se alterando, mas sempre fizeram parte das práticas religiosas comuns. São João da Cruz e Santa Teresa, nossos pais espirituais, encontravam nela uma forma de esvaziar o coração, negando-se a si mesmos e abrindo em suas vidas o espaço que Deus necessita. Santa Teresinha, cuja festa celebramos há poucos dias, também vivia muitas práticas de mortificação. Como já comentamos, ela não era dada a grandes penitências, mas preferia as pequenas, como ela mesma deixa registrado em sua autobiografia.

Nós também podemos, e devemos, buscar formas de nos mortificar. Quem sabe um dia na semana deixar de comer alguma sobremesa que gostamos, ou outro dia levantar uns minutos mais cedo e fazer uma breve oração? Existem muitas formas de penitência que podemos fazer, precisando apenas de um pouco de esforço e boa-vontade.

A palavra mortificação vem da palavra morte, e significa exatamente isso: matar nossos desejos, nossas vontades. Parece estranho que para seguir a Jesus precisemos negar a nós mesmos. Acontece que muitas vezes pensamos que fazer o que queremos é um sinal de liberdade, mas quem faz sempre tudo o que tem vontade acaba se tornando escravo de si mesmo. O próprio Jesus já nos alertava no Evangelho que, se alguém quiser segui-lo, precisa renunciar a si mesmo e tomar sua cruz (Mt 16,24).

Que o exemplo de nossos santos carmelitas nos inspire a buscar práticas de mortificação, para que possamos abrir nossos corações a Deus.

Um grande abraço a todos!

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