quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Os carmelitas nas terras do Rio Grande de São Pedro

J.M. + J.T.

Olá a todos!

Eu gostaria de fazer um convite a todos a contar um pouco da história da suas paróquias. Eu gostaria de começar contando um pouco da chegada dos Carmelitas a Rio Grande, e um pedacinho da história da nossa paróquia.



Desde 1777, Frei Antonio das Chagas, torna oficial a presença da Ordem do Carmo em Rio Grande. A devoção se iniciou em um altar da Igreja Matriz de São Pedro no dia 15 de julho de 1780.

Em 1800 teve inicio a construção da Igreja e sua conclusão em 1809, em estilo colonial, sendo, Bispo diocesano da época D. José Caetano da Silva Coutinho que, em agosto do mesmo ano, autorizou o padre Francisco Inácio da Silveira a proceder a benção da Igreja, o que teve lugar a 6 de novembro de 1809, sob a invocação da Igreja a Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo. Sua localização ficava numa esquina na área central do perímetro urbano, o famoso Beco do Carmo, espaço de grande encontro e grande afluência de fiéis.
Dentre o patrimônio da Ordem Terceira dos Irmão do Monte do Carmo, além da Igreja , existia o cemitério privado, ao fundo que se estendia ate a esquina com rua General Bacelar e o Hospital da Ordem Terceira.

Mais de um século depois, em 1928, diante das sócio-urbanísticas, houve a necessidade da demolição do antigo templo, que em 1835, Marechal Francisco Soares de Andréa o caracterizou pejorativamente de um ¨grande armazém com alguns altares¨, para dar condições a realização do projeto municipal de abertura do transito ao centro da cidade, a atual Rua Benjamin Constante.

Frei Florentino de São José, com apoio da comunidade e lideranças locais, deu inicio ao projeto da construção do novo templo em estilo Neo-Gótico.
Em 16 de fevereiro de 1930 foi lançada a pedra fundamental do futuro e suntuoso templo da comunidade. Frei Sigismundo de São Luiz Gonzaga, era o vigário da paróquia dos carmelitas na diocese.
O projeto e supervisão ficou a cargo do hábil arquiteto o espanhol Frei Marino de São José, que se inspirou numa das Fundações da Ordem dos Carmelitas na Europa , na Alemanha, na cidade de Burgus.
Em 22 de abril de 1938, o templo foi inaugurado, com a obra ainda em conclusão, sendo terminadas em 1952. Foi dada ao neo-sacerdote, o Frei Higino de Jesus Maria, a responsabilidade de celebrar a primeira missa, sendo Frei Caio de São José o vigário paroquial.




A capacidade realizadora dos religiosos carmelitas, sempre foi uma das características marcantes nas ações empreendidas em Rio Grande. O Frei Aloysios Alfredo Hass, com apoio da comunidade, do comercio e das industrias locais, começou a elaborar um projeto de reconstrução das agulhas das torres, demolidas em 1983. A obra teve a duração de 1 ano e 9 meses (11/12/1989 a 20/09//1991).

A importância da Ordem dos Carmelitas na cidade é de enorme relevância, mas não se restringe a mera permanência de símbolos materiais ainda existentes ou que ficaram presente na memória coletiva da comunidade. Mas sim, a história de pessoas comuns e de religiosos que se dispuseram a levar valores culturais religiosos nas terras longínquas do Rio Grande de São Pedro.



* Foto 1: Fotografia da década de 1920 da antiga Igreja do Carmo tendo o Banco do Brasil à direita, acervo Fotográfico da Biblioteca Rio Grandense
* Foto 2: Fotografia da Igreja Nossa Senhora do Carmo de 1946, acervo de Ailton Ávila.
* Foto 3: Fotografia da Igreja Nossa Senhora do Carmo de 2005.
* Foto 4: Fotografia da Igreja Nossa Senhora do Carmo de 2005.


Fonte: Sérgio da Silva Pereira - Graduado em História pela FURG, Pesquisando a religiosidade no Rio Grande do Sul.

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